Escudos
- Ester Carrilho
- 28 de jul. de 2018
- 11 min de leitura

Quem protege atrás dos seus problemas, usando a sua fragilidade para justificar seus erros e frustrações está levantando “escudos” errados para se proteger contra o mal. Deus nos ensina que o melhor escudo é a fé, mas como esse escudo funciona?
Objetivos
Despertar a atenção da igreja mostrando diferentes escudos feitos de papelão e o escudo da fé em material translúcido;
Explicar a todos que o diabo coloca ciladas para nos enganar. Em Efésios 6 identificamos 3 ciladas;
Mostrar na Bíblia a história de Débora. Uma mulher que usou o escudo da fé enquanto alguns usaram os escudos errados.
Desafiar a igreja a ter a mesma postura de Débora, recitando trechos do cântico de Débora.
Hora de despertar
Você vai preparar previamente escudos feitos de papel ou papelão (ver modelo em anexo 69). Em cada escudo terá uma palavra que vai exemplificar os maus exemplos de defesa que usamos para justificar nossos erros e frustrações, exemplo: sou pobre, sou atribulado, sou limitado...
Você também vai preparar o escudo da fé, que diferente dos outros precisa ser confeccionado em material transparente (acetato ou acrílico).
Deixe os escudos arrumados em fila, ou empilhados de forma que a igreja tenha uma visão parcial, de forma que não seja possível ler as descrições, sem entender ainda do que se trata.
Inicie a palavra:
Leia Efésios 6:11;12;16 – Precisamos nos revestir das armaduras de Deus por causa das ciladas do diabo.
E a maior cilada que ele coloca no nosso caminho é te fazer usar as armaduras erradas para se defender.
Eu trouxe aqui algumas destas armaduras para você ver. Daqui a pouco eu vou te mostrar.
Conexão
1ª CILADA - Ele te faz acreditar que uma pessoa é o motivo de todos os seus problemas, ele faz você desejar o mau de alguém ou odiar alguém.
Aí você levanta automaticamente as suas armas erradas para se defender e atacar o seu próximo, enquanto Deus quer que “embracemos” o escudo da fé (Efésios 6:16).
Ter fé é crer no que não se pode ver (Hebreus 11:1).
Por isso nossa luta não pode ser contra o que podemos ver. Olhe para o seu irmão que está ao seu lado. Você pode vê-lo? Sim. Então sua luta não pode ser contra ele.
Nosso inimigo é invisível: são os principados e potestades do mal (Efésios 6:12).
2ª CILADA - O inimigo te faz acreditar que o que te faz mal é o que te protege.
Você se esconde atrás do seu problema ou atrás da sua realidade, usando-os como justificativa para os seus erros. E para fugir da obra de Deus você levanta os escudos errados para se defender.
Conforme você for dando os exemplos, vá mostrando os escudos.
Escudo SOU LIMITADO – Moisés levantou este escudo três vezes quando Deus o chama para libertar o povo de Israel do Egito (Exodo 3:11 / 4:1;10-17). Ele primeiro questiona a Deus: “Quem sou eu para fazer isso?” Depois afirma que ninguém acreditaria na sua história. E por fim confessa o que realmente o afligia: tinha uma deficiência na fala que o impediria de cumprir com a missão. Observe no verso 14 que Deus fica irado com esse questionamento de Moisés. Deus sabia que ele poderia realizar aquela missão senão não o teria chamado.
De repente você tem uma enfermidade ou uma deficiência física e realmente precisa de cuidados, mas usa isso o tempo todo para justificar as suas frustações na vida: “não posso estudar porque sou doente” ou “não posso te ajudar porque sou doente” ou “não conte comigo para ir na igreja porque sou doente”.
Escudo SOU POBRE – Temos na Bíblia dois exemplos de líderes que antes de aceitar a ordem de Deus, questionaram a escolha porque eram de família pobre. Um deles foi Gideão (Jz 6:15) que se achava o mais pobre da tribo de Manassés e por isso se achava indigno de ser escolhido para vencer os midianistas. Ele diz: “Ai, Senhor meu!” pode ter pensado que não teria guerreiros preparados nem armas para reunir contra o inimigo. Mas Deus o responde: “Porque estou contigo ferirás os midianitas como se fosse um só homem.” Ou seja, não preciso de muita gente nem de muitas armas para vencer esta guerra.
E Saul (I Samuel 9:21 / I Samuel 10:22) também pensou desta forma quando Samuel foi ungí-lo rei. Ele era da menor família da menor tribo de Israel: Benjamim. Ele não acreditava que poderia receber as preciosidades de Deus.
Você realmente não tem grandes recursos financeiros, vive em dificuldade, com uma baixa renda, mas usa isso para justificar as suas frustrações na vida e a sua ausência na obra de Deus: “não concluí os estudos porque tive que trabalhar quando eu era criança e agora não tenho tempo para estudar” ou “não posso contribuir na igreja porque não tenho dinheiro, a igreja que tem que me ajudar” ou “não poderei realizar meu sonho nunca porque não posso pagar uma faculdade ou um curso preparatório”.
Escudo SOU ATRIBULADO – quando você vê que não tem mais jeito, que as dificuldades da vida são maiores do que as suas forças, você levanta esse escudo e desiste de continuar. Elias usou este escudo (Ireis 19:4;10) logo depois que venceu os 450 profetas de Baal, matando todos. Mas essa ação levantou a ira de Jezabel e ela prometeu matar Elias até o dia seguinte. Quando Elias recebe esta notícia, ele deixa o seu ajudante, anda por 1 dia até o deserto, senta embaixo de um zimbro e deseja morrer.
Ele se sentiu sozinho, atribulado e desistiu de continuar. Mas Deus cuidou dele, deu alimento. Mesmo assim, Elias entra em uma caverna e se isola novamente. Estava difícil deixar o escudo.
Você acabou de contar seu testemunho de um milagre, mas vem a má notícia e caba com a sua fé.
Escudo DEUS É BOM – Jonas levantou este escudo para fugir da missão que Deus lhe deu. Ele acreditava que Deus era bom e misericordioso a ponto de deixa-lo desistir e desobedecer (Jn 4:2). Deus o puniu permitindo que os homens o lançassem do barco e depois demonstrou seu amor quando o protegeu no ventre do peixe.
E quando Deus teve misericórdia do povo de Nínive ele ficou revoltado e desejou a própria morte. Engraçado isso. O que Jonas desejou para si, não desejava para os outros. Era orgulhoso demais.
Muito cuidado ao achar que o perdão do seu pecado constante será ser resolvido debaixo da graça de Deus. A única coisa que faz Deus te perdoar é o verdadeiro arrependimento e a sua santidade. Amar a Deus é obedecê-lo. Então jogue fora este escudo porque Deus é amor, mas também é fogo consumidor!
Com esses escudos, você não se corrige e se acomoda. Você se torna uma vítima e não um guerreiro. E não usa o escudo da fé, que te faz enxergar uma nova perspectiva para a sua vida.
Não é possível usar dois escudos ao mesmo tempo: ou você usa o escudo da fé ou usa o escudo errado.
Dinâmica Palavra
Vamos olhar agora para a história de uma mulher que usou o escudo da fé: Débora. Mas enquanto ela usava o escudo da fé, o restante do seu povo usou escudos errados para justificar sua ausência na guerra.
Como era o cenário da vida de Debora?
Juízes 5:6-8 - Ela vivia dias de opressão, estradas desertas, caminhos tortuosos. O povo já tinha desistido de guerrear. Estavam vivendo em idolatria (Jz 5:8), fazendo o que Deus reprova e estavam oprimidos há 20 anos pelo rei Jabim (Jz 4:1-3).
Quantos escudos de defesa ela poderia levantar?
O escudo ESTOU SOB OPRESSÃO ou o escudo ESTAMOS EM CRISE POLÍTICA ou DEUS ME ABANDONOU (não tenho um sacerdote para me orientar).
Jz 5:7 – Mas Débora se levantou para ser algo que ela sabia muito bem fazer: ser mãe. E por “ser mãe” ela sabia aconselhar e Deus a honrou e falava diretamente com ela.
Débora acumulou 4 funções: era esposa, mãe, juíza e profetiza. Tudo isso por um só motivo: ela usava o escudo da fé.
Jz 4:9 - Débora também tinha outra limitação: era mulher. Por ser mulher, em um período em que as mulheres eram subjugadas, ela poderia muito bem levantar um escudo e dizer: “SOU FRÁGIL, não posso ir à guerra com você, Baraque, ficarei aqui orando porque sou mulher e mulher não vai para a guerra.”
E seria totalmente compreensível. As pessoas compreendem e te apoiam quando você usa o seu escudo de defesa e isso te traz um falso conforto. Você consegue a atenção e carinho das pessoas. Elas toleram até seus erros por causa da sua limitação.
Guerra de Israel contra Jabim, rei de Canaã, região de Hazor.
Naftali e Zebulom estavam à frente da batalha porque habitavam na região mais próxima a Hazor (mostrar o mapa – anexo 70).
As tribos de Efraim, Isaacar, Benjamim e ½ tribo de Manassés contribuíram com guerreiros e líderes na guerra.
Mas algumas tribos não apoiaram e usaram algumas justificativas para isso, se esconderam atrás de escudos errados (conforme você for falando, vá mostrando os escudos):
Tribo de Rúbem – Escudo TENHO MUITAS RESPONSABILIDADES – Juízes 5:15b;16 – A tribo de Rúbem era responsável por um grande rebanho e os seus homens ficaram discutindo se iam à guerra ou se cuidavam do rebanho indefeso. Depois de muitas discussões decidiram cuidar das suas responsabilidades e não foram para a batalha. Observe que eles estão localizados do outro lado do Jordão e provavelmente pensaram que o rei Jabim não chegaria em seu território. Então para que me esforçar tanto?
“Eu tenho muitos afazeres, filhos, trabalho, casa, estudos, não tenho tempo para me dedicar no Reino de Deus. Deixa isso para os aposentados e desempregados...”
Tribo de Dã – Escudo do EU PRECISO GANHAR DINHEIRO – Juízes 5:17b - A Bíblia diz que eles se preocuparam com seus navios. Usaram como justificativa o excesso de trabalho, a economia, o bom andamento do comércio e por isso não ajudaram na guerra.
“Não posso ter um cargo ministerial. A igreja não paga as minhas contas. Primeiro o meu trabalho, depois as coisas de Deus.”
Tribo de Gade – Escudo EU ESTOU LONGE – Juízes 5:17 – esta tribo está situada além do Jordão. Um grande rio os separava. Eles entenderam que esta guerra não era deles. Eles não tinham nada a ver com isso, estavam longe. Mas esqueceram da promessa que fizeram a Josué no momento em que as tribos foram distribuídas, mesmo os que moravam além do Jordão deveriam apoiar os outros nas guerras. Esta guerra não era apenas de Zebulom e Naftali, mas de todo Israel.
“Não vai me afetar em nada se eles vencerem ou perderem esta guerra.”
“Minha vida está confortável aqui. Para que atravessar o Jordão e me sacrificar pelos outros?”
“Eu já ajudo muito as pessoas da minha família, não preciso ajudar esse pessoal que mora lá na comunidade ou missionários de outros países...”
Tribo de Aser – Escudo EU ESTOU NUMA BOA - Juízes 5:17 – Essa tribo se assentou nas costas do mar e repousou nas suas baías. Estariam eles de férias? No bem bom da vida? Usaram o escudo da comodidade. Não ajudaram na guerra mesmo o seu território sendo bem próximo de Hazor.
“Não me tire do meu conforto. Deixa eu curtir um pouco mais a minha vida. Se vocês perderem esta guerra, eu ajudo.”
“Eu estou vivendo os melhores momentos da minha vida, não venha me atrapalhar com seus problemas.”
“Já tenho tudo que eu preciso. Não preciso mais sonhar nem conquistar mais nada.”
O rei Jabim também tinha o seu escudo: os 900 carros de ferro (Jz 4:3;13).
Essa defesa amedrontava seus adversários. Mas o que seria do rei sem os seus 900 carros?
Esse é o escudo do EU TENHO. Você tem confiado nas suas posses e nas suas conquistas materiais para se garantir na luta? Cuidado! Um dia isso pode acabar. E o que você vai fazer?
Deus deu uma solução para acabar com os 900 carros: já que os homens de Israel não poderiam vencer sozinhos, Deus derrotou Sísera e os seus carros (Jz 4:15). Mandou uma forte chuva e o rio Quison transbordou. Carros não funcionam em enchentes! (Jz 5:4;20-22)
SEM ESCUDO - Baraque se escondeu atrás do escudo da fé de Débora. Ele implorou: “Se fores comigo, irei, porém se não fores, não irei” (Juízes 4:8).
Ele precisava da fé de Débora para ter coragem de enfrentar aquela guerra, mesmo tendo a palavra de Deus confirmando que a vitória era certa.
Será que você também se esconde atrás da fé dos outros? Precisa sempre do pastor ou do seu líder ou de um profeta para te impulsionar a vencer? A palavra Deus não é o suficiente para te tronar um vencedor? Você não conseguiu até hoje desenvolver um relacionamento íntimo com Deus?
3ª CILADA – Efésios 6:16 - As setas inflamadas que o inimigo lança sobre a sua vida para tentar incendiar e te fazer perder o controle.
(Pegue o escudo da fé na mão e mostre para a igreja)
Sem o escudo da fé, estas setas vão facilmente de atingir porque diferente de um escudo tradicional, o escudo da fé não é feito de ferro nem de madeira, mas é feito de um material anti-chamas porque além de desviar a seta, ele as apaga.
Se o escudo fosse de metal, a seta inflamada seria desviada, mas ao encostar no chão pode incendiar o que está no seu entorno, causando destruição.
Por isso eu fiz um escudo transparente, representando uma material anti-chamas: a água! O escudo da fé é feito de poder. O poder de Deus é o único capaz de fazer as chamas inflamadas do inimigo se apagarem.
Enquanto os outros escudos apenas defendem, a fé é um escudo que defende e ataca ao mesmo tempo. Isso porque a fé te dá forças para conquistar, para ver mais além.
Somente com a fé você poderá conquistar o impossível.
E Débora usou este escudo. Mas Baraque se escondeu atrás do escudo da fé de Débora. Ele implorou: “Se fores comigo, irei, porém se não fores, não irei.”
Ele precisava da fé de Débora para ter coragem de enfrentar aquela guerra, mesmo tendo a palavra de Deus confirmando que a vitória era certa.
Será que você também se esconde atrás da fé dos outros? Precisa sempre do pastor ou do seu líder ou de um profeta para te impulsionar a vencer? A palavra Deus não é o suficiente para te tronar um vencedor?
Dinâmica dos Escudos – você vai chamar 11 voluntários para te ajudar a fazer uma encenação simples e de improviso.
Entregue um escudo para cada participante, menos para um deles. 9 pessoas vão segurar os escudos falsos e 1 vai ficar com o escudo da fé. A pessoa que ficar sem o escudo vai representar Baraque.
Faça um desfile, começando com os escudos falsos. Chame um por um e vá narrando as suas justificativas e características. Conforme você vai narrando, a pessoa que estiver com o escudo vai interpretando, se expressando no teatro.
Você organizar da seguinte forma: “Com vocês, Moisés com o escudo EU SOU LIMITADO
...” falando o nome das tribos e seus respectivos escudos:
Gideão com o escudo SOU POBRE;
Elias com o escudo SOU ATRIBULADO;
Jonas com o escudo DEUS É BOM;
Tribo de Rubem com o escudo TENHO MUITAS RESPONSABILIDADES;
Tribo de Dã com o escudo EU PRECISO GANHAR DINHEIRO;
Gade segurando o escudo EU ESTOU LONGE;
Aser com o escudo ESTOU NUMA BOA;
Rei Jabim com o escudo EU TENHO;
Faça de forma descontraída para que todos possam entender e ao mesmo tempo se ver nos personagens.
Depois de chamar todos os escudos falsos, chame a pessoa com o escudo da fé. E vá descrevendo suas características como se fosse Débora segurando o escudo.
Depois você vai chamar Baraque, você vai perguntar para ele: “Onde está o seu escudo?” Ele vai responder: “Não preciso, eu me escondo atrás deste escudo poderoso de Débora.”
Faça comentários sobre a atitude de Baraque.
Agora despeça todos os participantes menos a pessoa que estiver com o escudo da fé.
Peça para ela se ajoelhar, e ficar encolhida no chão, segurando o escudo da fé.
Você vai colocando os escudos sobre ela, formando uma “cabana” até cobrir a pessoa por completo.
Explique que os falsos escudos nos protegem, mas nos sufocam e pesam sobre nós.
Agora eu vou gritar: “Desperta, Débora!” E a pessoa que estiver embaixo dos escudos vai se levantar rapidamente, erguendo o escudo no ar (você pode combinar isso previamente com o participante).
E assim você encerra a esquete sobre os escudos, mostrando que quem usa o escudo da fé é um vencedor!
Desafio
Agora, vamos falar em voz alta, juntos, alguns trechos do cântico de Débora e substituir o nome dela pelo seu próprio nome. Comece a seguir o exemplo de Débora e use o escudo da fé:
“Bendizei ao Senhor
Eu mesma cantarei ao Senhor
Salmodiarei ao Senhor
Eu, Débora, me levantei
Levantou-se uma mãe em Israel
Desperte, Débora!
Desperta, acorda, entoa um cântico!
Avante, ó minh’alma! Seja forte!
Os que te amam brilham como o sol
Quando se levanta na sua força.”
ANEXO 69


ANEXO 70

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